quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Um Sonho Amargo com Sabor de Adeus. Adeus,eis a hora.Não há que fugir. Já nada restou que eu possa embalar. Nem mesmo ficaram os beijos trocados, dizendo de posses furtivas demais. Adeus!És liberta de minha insistência, de meus devaneios(quem sabe loucuras?) Por bem avisado,não tenho reclamos. Apenas é a hora amarga de ir. Um dia te disse:amor não é troca. Amor é doar-se sem ter exigências. Fui eu quem trai o assim combinado e, se culpa não tens,não deve sentir. Adeus!Eu recolho a rede dos sonhos que volta vazia ao mau pescador. E fico invejando quem possa,por hábil, colher-te algum dia, na rede do amor. As frases que soltas tomaram por versos, sem arte e talento tão pobres soaram que riram estetas,poetas zombaram, cairam no nada,de nada valeram, disseram lamúrias de quem já passou. Agora,tranquila,dá rumo ao teu barco. Embora,é verdade,não tenhas mudado o rumo de nada na vida que tens. Eu volto sozinho ao porto de antes. E tu nada sabes daquilo que sei. Esquece que algém ousou e não pôde prender-te nos braços,tornar-te cativa, lançando em teu rumo correntes de amor. Quen sabe é demais pensar que pensaste nas mesmas caricias que,tonto embalei? Pois bem,eis a hora.Chegou a verdade. Adeus!És liberta de meu insistir. De nada tens culpa."Não sonha,avisas-te, Meu mundo é meu mundo,não sou para ti". Eu fui consciente.Esmolas caidas,por pobre de afeto,juntei ao passares. Sou grato por tudo.Não tenho pesares. São sobras,migalhas,que falta não fazem a quem,como tu,tens tanto de amor, por muito te amarem,com tanto querer. Porém,se é que posso,na hora do adeus eu rogo que olhes meu barco parado, as velas rompidas,sem leme,atirado, na espera quem sabe?de um novo milagre trazendo teu barco chegando-se ao meu. Adeus e mais nada!Não quero magoar-te. Eu vou.Estas livre,mas livre não sou. Estou ao alcance.É só acenares. Nem pensa em pedir,acena que eu vou. "Acorda,já basta,faz mal este sonho." O instinto percebe,me faz despertar. Acordo.Ao meu lado,tu segues dormindo. Atiro meus braços buscando teu corpo e rezo em alerta vestido de medo: não digas adeus,nem deixas que eu diga. Partir é morrer,viver é ficar. Devolva-me a vida,espero teu gesto. Mantém-me desperto,não quero sonhar! Mendes Ribeiro

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